sexta-feira, 21 de novembro de 2008
Parábolas de Jesus - SINTONIA
Se um de vós tiver um amigo, e ele for procurá-lo à meia-noite e lhe disser: Amigo, empresta-me três pães, pois que um amigo meu chegou de viagem e nada tenho para lhe oferecer;
e ele lhe responderá de dentro: Não me incomodes; já está a porta fechada e eu e os meus filhos estamos na cama. Não posso me levantar para te atender.
Eu lhes digo: tendo-se levantado por ser seu amigo, mas para evitar a vergonha por causa da sua importunação, se levantará e lhe dará quantos pães precisar.
Por isso vos digo:
Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede, recebe; o que busca, encontra; e a quem bate, abrir-se-lhe-á. Qual de vós é o pai, que, se o filho pedir um pão, lhe dará uma pedra, ou se pedir um peixe, lhe dará em vez de peixe uma serpente? Ou se pedir um ovo, lhe dará um escorpião? Ora, se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará um espírito aos que lho pedirem?
1º MOMENTO: entender o que é ORAÇÃO.
No Novo Testamento, no versículo imediatamente anterior, os discípulos acabam de ver Jesus em êxtase ao orar e pedem: Mestre ensina-nos a orar. E Jesus ensina o Pai Nosso. Lc 11:1-4
Leitura do livro CRISTOS de João Nunes Maia, pelo espírito Shaolin, capítulo CRISTO-ORAÇÂO, pg 53.
2º MOMENTO: leitura da parábola.
A parábola se inicia como se fosse uma pergunta que aguarda uma resposta negativa enfática: Você pode imaginar que recebeu um hóspede e vai a um vizinho pedir pão emprestado e este vizinho apresenta desculpas ridículas? Não, não sou capaz de imaginar uma coisa destas!!
“for procurá-lo” e “lhe disser”: o amigo não bate ‘a porta, o que poderia assustá-lo, mas ele o chama. Um estranho bate na porta de noite, um amigo chama e sua voz é reconhecida.
“3 pães”: o amigo está pedindo um alimento básico, o pão não é a refeição principal; este pão, no Oriente, faz o papel de colher ou faca, empurrando a comida.
“nada tenho para lhe oferecer”: significa nada de adequado de forma que a honra da comunidade seja mantida, pois todo camponês armazena comida: azeitona no sal, melado de uva, queijo de vacas que tiveram crias recentes.
“não me incomodes”: no Oriente Médio a vida dos habitantes de uma comunidade é compartilhada com todos. A hospitalidade oferecida ao viajante é da comunidade, não do indivíduo. NÃO SE COGITA NÃO ATENDER AO PEDIDO. O amigo vai ao vizinho na CERTEZA e CONFIANÇA de que seu pedido será atendido. Todo mundo sabe quem assou uma fornada de pães recentemente.
O dorminhoco sabe que o amigo importuno precisa reunir as coisas essenciais para o banquete, buscando-as na casa dos vários vizinhos. A cooperação se estende a outros itens, como o empréstimo da melhor bandeja com outro vizinho, de copos com um terceiro. Também pedirá emprestada a melhor jarra, a melhor toalha. Se este vizinho se recusar a emprestar algo tão insignificante quanto o pão, o amigo importuno seguirá almadiçoando a avareza do dorminhoco que não quis levantar-se para atender pedido tão pequeno. Ao amanhecer toda a comunidade estaria sabendo do acontecido. Por onde quer que fosse seria saudado com gritos de vergonha.
“quantos pães precisar”: se o vizinho tivesse levantado de má-vontade, irritado, teria lhe dado apenas os três pães que lhe foram pedidos.
3º MOMENTO: mudança de paradigma, abertura de uma nova mentalidade: o caráter amoroso e paternal de Deus em contraste com as concepções de até então – cruel, irritadiço, sempre disposto a castigar e a punir.
Aqui mesmo na Terra se recorrermos a um amigo quando precisamos de um favor, haveremos de consegui-lo. Se ao invés de um amigo o fizermos ao nosso Pai, maior será a certeza de sermos atendidos. Deus é mais solicito para com as suas criaturas do que o melhor dos amigos. É um Pai que ouve. Quando você se dirige ‘a um vizinho deste tipo, tudo está contra você. É de noite, ele está na cama, a porta está fechada, os filhos estão dormindo. Mas você receberá mais do que pediu. Se você tem confiança de que suas necessidades serão supridas por um vizinho, fique com a certeza de ser atendido quando leva seus pedidos a um Pai amoroso.
MAS, não basta pedir para Deus atender prontamente. Ele sabe melhor do que precisamos, daquilo que nos convém para nosso progresso.
Texto de apoio: As Três Orações, de Humberto de Campos e está no cap.2 do livro Cartas e Crônicas, psicografia de Chico Xavier ou em: http://evangelizandoagora.blogspot.com/2007/11/prece.html
4º MOMENTO: PEDIR, BUSCAR, BATER Lc 11:9-13 (Este texto se encontra no ESE, cap. 25 e 27)
Nada tem a ver com Deus, mas unicamente com o homem.
Verbos que dão a noção de que devemos continuar pedindo, continuar buscando, continuar batendo, evidenciando ação contínua, a vontade e a persistência de que devemos sempre ter.
Criar em nós mesmos uma atitude tal que Deus nos possa atender no ambiente propício.
Ilustração de apoio: http://evangelizandoagora.blogspot.com/2008/06/prece.html
O pedir, buscar, bater não é causa daquilo que o homem recebe, acha e das portas que se abrem, mas É CONDIÇÃO INDISPENSÁVEL para que a sintonia necessária se estabeleça e a energia divina possa agir rumo ao homem. Deus dá a quem pede, Deus faz achar a quem procura, Deus abre a quem bate: Deus já sabe do que o homem necessita, não precisa ser lembrado. Pedimos, buscamos e batemos para criar em nós mesmos a disposição para que se atue poderosamente a vontade de Deus.
Leitura do livro AVE LUZ de João Nunes Maia, pelo espírito Shaolin, pg 192, 193 e 194 trecho em que Jesus fala aos discípulos.
Percebemos 3 classes de homens:
A) os que não pedem, não procuram, não batem em portas fechadas, MAS esperam que Deus faça tudo por eles. São os autômatos, os inertes, os sem vontade própria. Esses nada recebem, acham, nem encontram portas abertas.
História de apoio: Conta-se que um pastor orava constantemente na sua Igreja. Era considerado um homem de fé. Um dia houve uma chuva muito forte. As casas estavam sendo destruídas. A cidade estava ficando inundada. As pessoas pediam socorro, transferiam-se de cidade. Entretanto, o citado religioso continuava a pregar e orar em sua Igreja. Alguém passou e chamou-lhe: Pastor está tudo sendo destruído. O senhor vai morrer se ficar aí. E ele retrucava: Homem de pouca fé vai embora, eu tenho o meu Deus que vai me salvar! A água começou a invadir a Igreja. Um grupo de salva-vidas chamou o pastor, mas ele argumentou: Vão embora, pelo amor de Deus, eu sou um homem de fé, o meu Deus vai me salvar! A água preenchia a Igreja ainda mais. Um carro de bombeiros passou e um deles lhe disse: Venha, pastor, a cidade inteira está inundada. E ele respondeu: Vocês não compreendem, eu sou um homem de fé. Meu Deus me salvará. Passou um helicóptero, jogaram a escada: Pastor segura a escada! E ele deu a mesma resposta. Então a água envolveu a Igreja totalmente e matou o pastor. Após desencarnar, ele foi até Deus e disse: Não entendi, o senhor me deixou na mão! E Deus respondeu: Meu filho eu sempre te ajudei. Eu que enviei o homem, os bombeiros, o helicóptero, todos para te ajudar. Você não aceitou a minha ajuda.
B) os que pedem, procuram, batem com impetuosidade, na certeza de que são auto-suficientes, com ilimitada confiança em si mesmos e pensam produzir o resultado desejado. Esses não recebem dons divinos, mas recebem dons correspondentes a seus talentos.
História de apoio: qualquer história do homem moderno, nós, ricos, eficientes, mas vazios.
C) os que pedem, procuram, batem criando uma atitude de receptividade, esvaziando-se de si mesmos, atraindo a plenitude de Deus. São movidos pela confiança, fé, pela humildade a ponto de dizer: “as obras que faço não sou eu quem as faço, mas o Pai que em mim está.”
História de apoio: Cada dia, ao meio-dia, um homem entrava na Igreja e poucos minutos depois, saía. Um dia o sacristão lhe perguntou o que fazia. Venho rezar, respondeu o homem. Mas é estranho, disse o sacristão, que você consiga rezar tão depressa. Bem, ele lhe respondeu, eu não sei rezar aquelas orações compridas, mas todo dia eu entro na Igreja e falo: “Oi, Jesus, eu sou o Zé, vim te visitar”. Alguns dias depois, o Zé sofreu um acidente. O sacristão ficou sabendo e foi visitá-lo. Ao chegar notou uma cadeira vazia encostada na cama com quem Zé conversava. Inquieto, perguntou: quem te visita? E Zé lhe disse que todos os dias ao meio-dia ele recebe a visita que lhe diz: “Oi, Zé, eu sou Jesus, vim te visitar”.
5º MOMENTO: prece final
ORAÇÃO DE DEUS PARA NÓS
Meu filho que estais na Terra,
Conheço perfeitamente o teu nome
E o pronuncio santificando-o porquê te amo.
Não. Não estais sós, mas habitado por mim.
E juntos construiremos esse Reino
Do qual tu vai ser o herdeiro.
Gosto que faças a minha vontade
Pois a minha vontade é que sejas feliz
Contas sempre comigo
E terás o pão para hoje.
Não te preocupes,
Só te peço que saibas compartilha-lo com teus irmãos.
Sabes que perdôo todas as suas ofensas
Antes mesmo que a cometas
Por isso peço que faças o mesmo
Com os que a ti te ofendem
Para que nunca caia em tentação.
Toma forte a minha mão e eu te sustentarei
Porque te amo desde sempre.
Teu Pai.
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
Parábolas de Jesus - PRUDÊNCIA
ADMINISTRADOR (MORDOMO) DESONESTO Lc 16:1-8
Havia certo homem rico, que tinha um mordomo e este foi acusado perante ele de estar dissipando os seus bens.
Chamou-o, então, e lhe disse: O que é isso que ouço dizer de ti? Presta contas da tua mordomia; porque já não podes mais ser meu mordomo.
E o mordomo disse para si mesmo: Que hei de fazer, já que o meu senhor me tira a mordomia? Para cultivar a terra, não tenho forças; de mendigar, tenho vergonha.
Já sei o que vou fazer, para que, quando for despojado da mordomia, eles me recebam em suas casas.
E chamando os devedores do seu senhor um por um, perguntou ao primeiro: Quanto deves ao meu senhor? E ele disse: Cem medidas de azeite. Disse-lhe então: Toma a tua conta, senta-te depressa e escreve cinqüenta.
Perguntou depois a outro: E tu, quanto deves? Respondeu ele: Cem medidas de trigo. E ele lhe disse: Toma a tua conta e escreve oitenta.
Então o senhor elogiou o mordomo desonesto por sua sabedoria porque os filhos deste mundo são mais sagazes do que os filhos da luz para com a sua geração.
Esta parábola é dita imediatamente após a parábola do Filho Pródigo. Lucas continua a narração: “Disse também...”
É a menos compreendida e a de sentido mais difícil para interpretação. Afirmam um Jesus que parece de acordo com o mal, que traz a inconveniência de uma história que louva um patife, convidando-nos a fraude, recomendando um estilo de vida inferior e de interesse próprio em que um homem age à custa de um outro que havia confiado nele. Juliano, o Apóstata, o último imperador romano pagão, usou esta parábola para afirmar a inferioridade da fé cristã e de seu fundador.
Se Jesus nos disse esta parábola devemos ter a CERTEZA de que este ensinamento está de acordo com ele, com o que ele é e representa, além do que ele valoriza para sermos homens de bem.
Na verdade, é uma simples lição sobre prudência. Através do exemplo de uma pessoa mundana e corrupta, Jesus está ensinando aos discípulos cristãos que o mundo está mais bem servido por seus servos do que ele pelos dele.
Esta é uma maneira típica de Jesus, usando personagens de mau gosto, para nos trazer grandes lições. Assim ele fez ao contar a parábola do juiz injusto, do vizinho que não quer ser perturbado à noite, do homem que embolsa o tesouro do outro comprando seu terreno.
É a linguagem que compreendemos, nos identificamos com estes personagens e sabemos bem como eles agem, até porque, em menor ou maior escala, assim é que agimos no mundo. Jesus quer que cheguemos à conclusão: ”Se esta viúva, este amigo conseguiu e recebeu dos que eles solicitaram, então imagine nós o que receberemos de Deus!”
1º MOMENTO: Agora que compreendemos melhor o que Jesus quis dizer com a parábola, vamos pensar como agimos no mundo. Texto de apoio: O CARPINTEIRO
Um carpinteiro estava para se aposentar. Ele contou a seu chefe os seus planos de largar o serviço de carpintaria e de construção de casas e viver uma vida mais calma com sua família. Claro que ele sentiria falta do pagamento mensal, mas ele necessitava da aposentadoria. O dono da empresa sentiu em saber que perderia um de seus melhores empregados e pediu a ele que construísse uma última casa como um favor especial.
O carpinteiro consentiu, mas com o tempo será fácil ver que seus pensamentos e seu coração não estavam no trabalho. Ele não se empenhou no serviço e se utilizou de mão de obra e matérias primas de qualidade inferior. Foi uma maneira lamentável de encerrar sua carreira.
Quando o carpinteiro terminou o seu trabalho, o construtor veio inspecionar a casa e entregou a chave da porta ao carpinteiro – Essa é sua casa! – ele disse. Meu presente a você.
Que choque! Que vergonha! Se ele soubesse que estava construindo sua própria casa, teria feito completamente diferente, não teria sido tão relaxado...Agora teria que morar numa casa feita de qualquer maneira.
Assim acontece conosco. Nós construímos a vida de maneira distraída, desejando colocar menos do que o melhor. Nos assuntos importantes não nos empenhamos. Então olhamos para a situação que criamos e vemos que estamos morando na casa que construímos. Se soubéssemos disto teríamos feito diferente.
2º MOMENTO: na parábola.
“certo homem rico, que tinha um mordomo”: dentro do contexto da época de Jesus, um proprietário rural tem um administrador ou gerente e este tem autoridade para executar os negócios da propriedade e agir em nome de seu senhor.
“este foi acusado perante ele de estar dissipando os seus bens.”: outros informam o senhor como vem agindo este administrador.
“O que é isso que ouço dizer de ti?”: é uma pergunta específica e vigorosa que implica em uma resposta, mas só há silêncio e este silêncio não pode ser desconsiderado. É como se dissesse ao administrador “estou ouvindo incessantemente coisas a seu respeito” e continua sem resposta. O administrador não tem noção de quanto o senhor sabe e parece querer se proteger sem falar, dando explicações sobre coisas que o senhor desconhece.
“Presta contas“ “não podes mais ser meu mordomo”: entrega os livros contábeis, as anotações, não há mais confiança. Ele é despedido imediatamente. E se mantém em silêncio, afirmando indiretamente que é culpado e que não cabem mais desculpas.
“E o mordomo disse para si mesmo”: sai da presença de seu patrão e o discurso é com ele mesmo. O administrador não é censurado ou preso pelo patrão. Não pensa sobre sua dignidade, mas sobre sua condição física.
“Já sei o que vou fazer”: bola um plano enquanto a comunidade não sabe que ele foi despedido, pretendendo mudar a sua imagem pública. Ele irá arriscar tudo agindo com os outros assim como o senhor agiu com ele: com misericórdia.
“E chamando os devedores do seu senhor um por um”: ainda tem autoridade, ninguém sabe do ocorrido e todos vêm. O administrador está com pressa, precisa agir antes que seu senhor descubra e, por isso, os devedores não são saudados, nem colocados juntos para que não façam muitas perguntas. Os devedores presumem que toda a modificação no livro de contas é legítima, pois acreditam que o senhor saiba de tudo. Fazem com a própria caligrafia, pois confiam plenamente que o senhor aprovou aqueles atos. Não pensam em fraude, agiotagem, não há combinação de desonestidade e vantagens.
3º MOMENTO: antes de chegarmos ao final da parábola, vamos procurar entender o que Jesus valorizou nas atitudes do administrador.
Texto de apoio: O LOBO, O LEÃO e A RAPOSA Achando-se gravemente enfermo, um velho leão exigia que arranjassem um remédio capaz de curá-lo e de lhe restituir as forças. Cada espécie do reino apressa-se em apresentar um remédio ao rei leão. Comparecerem animais de toda parte, cada um trazendo uma receita especial: alguns eram doutores, outros charlatães, uns adivinhos, outros feiticeiros. A multidão subia e descia a escadaria que levava ao quarto do real enfermo. Só a raposa não apareceu, preferindo ficar dormindo em sua casinha.
O lobo, então, resolveu armar uma intriga contra a raposa. E contou ao leão sobre a ausência da raposa. O leão, bravo manda seus soldados desentocá-la e que a obriguem a comparecer. A raposa veio imediatamente e sabendo que o lobo fora autor do mexerico, apresenta-se com mesuras requintadas e diz: - Receio, meu senhor, que uma falsa denúncia tenha imputado como desprezo o fato de ter retardado até agora seu chamado. Entretanto, se tardei em vir apresentar-vos os meus respeitos, é porque andava de romaria para cumprir um voto que fiz pela saúde de Vossa Majestade. Em minha peregrinação não negligenciei em consultar as mais altas sumidades a respeito de vossa doença, que com justa razão, vos traz assim tão preocupado. Descrevi a todos os sintomas do vosso mal e o seu progresso. Eis que me foi explicado que careceis apenas de calor, deste calor que os anos tiraram de vossos membros. Para reconquistardes esse calor é necessário que mandeis escorchar vivo um lobo e em seguida, envolvei o vosso corpo com a sua pele ainda quente e fumegante. O resultado é infalível para esse gênero de fraqueza que sentis. Se a receita for do vosso agrado, o mestre Lobo está aqui presente e prestar-se-á de bom grado a servir-vos de agasalho!
O rei aceitou a sugestão e aproveitou o conselho. No mesmo instante foi o lobo esfolado vivo, retalhado e feito em postas, enquanto sua pela escaldante aquecia o corpo do leão agonizante.
Façamos uma análise, então:
ASPECTOS POSITIVOS DAS ATITUDES DO ADMINISTRADOR:
Planejamento, Objetividade, Prontidão, Estratégia e Inteligência.
ASPECTOS NEGATIVOS DAS ATITUDES DO ADMINISTRADOR:
Violação de confiança, Desonestidade, Egoísta, Fraudador, Interesseiro, Gastador e Ousado.
Para Jesus, os aspectos positivos ganham um peso maior. São nestes aspectos que Jesus concentra o ensinamento da parábola. Os atos do administrador, por mais duvidosos que sejam, demonstram a qualidade de ação que os discípulos deveriam ter.
Então, se Jesus nos dá a dica de como devemos agir, como podemos usar de PLANEJAMENTO?
Investimos em seguros de vida, em instrução, multiplicação de dinheiro, vantagens, mas que planejamento fazemos para efetivamente realizarmos nossa reforma íntima, crescimento espiritual e aprimorar nosso conhecimento?
Como podemos usar de OBJETIVIDADE? Se somos aflitos por natureza, ansiosos pelo dia de amanhã sem nem ao menos realizarmos o dia de hoje, se fazemos drama e nos colocamos de vítimas a menor dificuldade?
Como podemos usar de PRONTIDÃO? Se não aproveitamos nossas oportunidades, se nossas intenções para mudanças nunca se realizam, se nos distraímos com a vida e perdemos o momento preciso de agir?
Como podemos usar de ESTRATÉGIA? Unindo estes conceitos de Planejamento, Objetividade e Prontidão, associados ao esforço e disciplina, preocupados mais em ganhar no mundo do que no céu?
4º MOMENTO: Afinal, o que é ser astuto? É agir com previsão, no presente visando o futuro. É o homem prudente que constrói a casa sobre a rocha (ESE, c.XVIII). São as cinco virgens que estão preparadas para o que quer que aconteça (Mt 25:1-13).
“o senhor elogiou”: não disse que estava contente, mas ficou impressionado com a astúcia do administrador, que alcança seus fins e o senhor reconhece sua habilidade.
Texto de apoio: O REI da ILHA
Conta-se a história de um homem que naufragou e parou numa ilha isolada e desconhecida. Uma grande tribo de pessoas vivia naquela ilha. Para o seu prazer, ele descobriu que os outros o tratavam muito bem. Aliás, eles o colocaram num trono e atendiam a todos os seus desejos. Ele estava encantado – mas perplexo. Por que recebia um tratamento assim, de realeza?
À medida que a sua habilidade de se comunicar aumentava, ele descobriu que o costume da tribo era a de escolher um rei a cada ano. Então, quando terminava o seu período, ele era transportado para uma outra ilha e abandonado.
O seu prazer foi substituído pela angústia. Então ele pensou num plano astuto. Nos meses seguintes, ele enviou membros da tribo para limpar e cultivar a outra ilha. Ele os fez construir uma casa bonita, mobiliou-a e colheu as safras. Ele escolheu alguns amigos para viver ali e esperarem por ele.
Então, quando chegou o seu tempo de exílio, ele foi colocado num lugar que estava cuidadosamente preparado e cheio de amigos que estavam contentes em recebê-lo.
Parábolas de Jesus - LIVRE ARBÍTRIO
FILHO PRÓDIGO Lc 15:11-30
Certo homem tinha dois filhos. O mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe. Repartiu-lhes, pois, os seus bens entre eles.
Poucos dias depois, o filho mais moço ajuntando tudo, partiu para um país distante, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente.
E, quando ele já havia gasto tudo, houve naquela terra uma grande fome, e ele começou a passar necessidades.
Então ele foi e juntou-se a um dos cidadãos daquele país, que o mandou para os seus campos para alimentar porcos.
E ele alegremente teria comido as vagens que os porcos comiam; e ninguém lhe dava nada.
Caindo, porém, em si, disse: Quantos empregados de meu pai têm pão de sobra, mas eu aqui pereço de fome!
Levantar-me-ei, irei ter com meu pai e direi: Pai pequei contra o céu e diante de ti e já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados.
Levantou-se, pois, e foi para seu pai. Estando ele ainda longe, seu pai o viu, encheu-se de compaixão e, correndo, se lançou ao pescoço do filho e o beijou.
E o filho lhe disse: Pai pequei conta o céu e diante de ti e não sou digno de ser chamado teu filho.
Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa e vesti nele, e colocai um anel no dedo e sapatos nos pés,
E trazei também o bezerro cevado e matai-o e comamos e alegremo-nos, porque este meu filho estava morto, e reviveu, estava perdido, e foi achado. E eles começaram a festejar.
Ora, o filho mais velho estava no campo e quando voltava, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e a dança; e chamou um dos servos e perguntou o que significava aquilo.
Respondeu-lhe este: Chegou teu irmão; e teu pai matou o bezerro cevado porque o recebeu são e salvo.
Mas ele ficou indignado e não queria entrar. Saiu então o pai implorou a ele.e
Mas ele respondeu ao seu pai: Eis que há tantos anos te sirvo, e nunca desobedeci as tuas ordens, contudo nunca me deste um cabrito para eu festejar com os meus amigos,
Quando veio, porém, este teu filho, que desperdiçou os teus bens com as meretrizes, mataste para ele o bezerro cevado.
E o pai lhe disse: Filho querido, tu sempre estás comigo, e tudo o que é meu é teu.
Era justo, porém, regozijarmo-nos e alegrarmo-nos, porque este teu irmão estava morto, e reviveu; estava perdido e foi achado.
Esta parábola é grande e possui vários aspectos para serem analisados e, por isso mesmo, iremos falando frase por frase. Você pode usar como apoio LE 614 e 634,
Temos três personagens: o Pai, o filho mais novo e o filho mais velho.
1º MOMENTO: conhecer os personagens.
O Pai apresenta as melhores qualidades e disposição de ser protetor, atencioso, paciente, bondoso e, acima de tudo, misericordioso. Seu objetivo principal é transformar SERVOS
O filho mais novo representa o SER. Seu livre-arbítrio está recém desperto e ele quer experimentar viver de sua própria maneira. No início da parábola percebemos seu egoísmo exagerado e sua aparente indiferença. Como este filho é inexperiente, suas ações refletirão dor e sofrimento, onde seu livre-arbítrio se manifesta, principalmente, de maneira negativa. É preciso vivência para fazer escolhas acertadas, mas com Doutrina Espírita percebemos que erros, na verdade, são valiosas oportunidades de experiência e não mais fardos pesados e culpados de se carregar. Através do erro-acerto vamos conhecendo a nós mesmos e nos aceitando como falíveis, mas também possíveis de crescimento.
O filho mais velho representa o TER. Seu livre-arbítrio está estagnado, ele não tem intenção de modificar qualquer situação de sua vida atual. Este filho aguarda recompensas pela tarefa cumprida. Faz comparações, se julga melhor, não manifesta sua responsabilidade de irmão mais velho. Em seu silêncio demonstra seu orgulho e prepotência.
2º MOMENTO: o filho mais novo. Texto de apoio: SONHOS
Alguém teve um sonho.
Alguém pensou: Por que não?
Alguém disse: Vai em frente!
Alguém gritou: Vou conseguir!
Alguém trouxe uma pedra.
Alguém convocou outros.
Alguém plantou um jatobá.
Ninguém sabia ainda, mas estava nascendo ali uma cidade...
Adaptação do texto de Francisco Gomes de Matos, do livro Visão e Parábolas.
Sonhar é essencial. Querer a felicidade já é ser feliz. Um sonho pode até ficar na fantasia, mas quando dois sonham juntos, a obra se faz.
“O mais moço disse dá-me a parte dos bens que me cabe.”: o mais novo antecipa um pedido de herança, embora pareça que o pai goze de boa saúde, como se dissesse “não posso esperar até que você morra!” Isto nos indica que o relacionamento entre pai e filho não é dos melhores. Algo inquieta o filho que quer partir. Espera-se que o pai demonstre sua decepção e discipline o rapaz pelas cruéis implicações do seu pedido. Mas o pai concorda, demonstrando a qualidade de seu amor. O filho mais velho nada faz nada para impedir a divisão da herança não aceitando sua parte ou reconciliar seu irmão com seu pai, falhando com ambos.
O Pai percebe que este é o momento em que o mais novo vai iniciar a fase de sua adolescência.
O mais novo desperta para o segundo estágio de sua evolução, de criança inexperiente para jovem experiente.
O mais velho permanece dependente e estagnado.
“partiu para um país distante“: desta forma, não seria julgado pelas suas atitudes.
“desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente.”: a vida do pródigo é descuidada e esbanjadora, sem se prevenir de eventuais problemas, como de fato acontece “houve naquela terra uma grande fome”
“e ele começou a passar necessidades.”: ele, mais do que os outros, pois é um estrangeiro, um judeu em um país distante e estranho, sem dinheiro e sem amigos.
“Então ele foi e juntou-se a um dos cidadãos daquele país”: o pródigo se junta a um da região, que tem posses, alimento. Ele havia chegado com dinheiro e, consequentemente, com prestígio, o que o tornou conhecido de alguns.
”que o mandou para os seus campos para alimentar porcos”: a fome abate seu orgulho e ele aceita cuidar de porcos. Para um judeu, isto é humilhante, pois cuidar de porcos é para os gentios.
“alegremente teria comido as vagens que os porcos comiam”: não recebia o suficiente para se alimentar. Este local deveria estar cheio de outras pessoas que aceitavam qualquer coisa, pois em tempos de fome a mão-de-obra é abundante. Se os porcos forem mortos, os donos comem a melhor parte e os empregados ficam com as partes menos desejáveis. Mas o pródigo é um judeu de família nobre, incapaz de comer porco mesmo morrendo de fome. As vagens de alfarrobeira, com que alimentavam os porcos, não tem valor nutritivo. Existem dois tipos de alfarrobeira: uma muito doce, usada pelos pobres que a mascam como a cana-de açúcar, comestível e nutritiva; e outra, selvagem, espinhosa e de sabor desagradável, só se come dela em casos de dificuldade ou penúria.
“caiu em si”: refletindo, cria um ambiente em si para nova mudança.
“Levantar-me-ei”: reconsidera sua situação e arrepende-se. Qual seria sua motivação? O limite de suas forças? De seus recursos? Da falta do dinheiro? Remorso? O importante é a vontade de reparação. Veja LE 386, 387 e 389. Jesus nos diz: Há mais alegria nos céus por um pecador que se regenera do que por 99 justos que perseveram.
“irei ter com meu pai e direi”: o pródigo pensa uma forma de voltar e, trabalhando e sendo tratado como um dos empregados, estaria propondo uma solução, vivendo como um homem livre, tendo sua própria renda, independente na sua região e podendo pagar o que esbanjara. Pode estar dizendo: não sou inútil e vou compensá-lo com trabalho.
Voltar para aldeia e não para o lar. Com a sua volta e o pródigo trabalhando como assalariado, não precisará comer do mesmo pão que o irmão mais velho. Em relação a sua aldeia, que ele ofendeu com sua atitude, resolvido o problema com seu pai e seu irmão, é uma questão de tempo. Ele perde tudo para os gentios, fracassando num país distante e não volta vitorioso. Mas quer recuperar e compensar.
“Estando ele ainda longe, seu pai o viu, encheu-se de compaixão e, correndo, se lançou ao pescoço do filho e o beijou”: o pai sabe como a aldeia o receberá, o filho terá que lidar com o ódio de uma cidade inteira e a reunião de um grupo hostil, ansioso por humilhá-lo, pois este pródigo rejeitou esta comunidade. Para evitar tudo isso, sai correndo estrada afora, indo buscar o filho, fazendo a reconciliação pública, demonstrando um cuidado e proteção ao filho e, principalmente, a aceitação de sua volta.
Jesus aqui demonstra de maneira vigorosa o amor do Pai por nós. Não há palavras. Os atos do pai dispensam palavras. Não há discurso moral. O amor expresso é profundo demais para ser dito, só atos conseguem demonstrar. O amor do Pai sempre foi profundo e duradouro e nossa volta é sempre bem-vinda. Este é um Deus que quer mais ação do que adoração.
Com o beijo no rosto, o pai está afirmando o seu perdão. O filho é quem deveria beijar a mão ou o pé do pai, mas este nem espera e publicamente estabelece a reconciliação.
“E o filho lhe disse”: o filho assustado, surpreso, responde com o discurso preparado, MAS sem a última parte do trabalho assalariado. Ele percebe que o problema não é o dinheiro perdido, mas o relacionamento interrompido. Após ele assistir a demonstração de amor do Pai, compensar com trabalho é um absurdo.
“Mas o pai disse aos seus servos”: o pródigo é recebido com honras. Com os servos e a multidão vendo tudo, o pai manda vestir em seu filho a melhor roupa, assegurando assim, quando todos vierem para ouvir o relato de viagem e da volta, a evidência da reconciliação com o filho perante a comunidade. Ordem de o vestir como o fazem a um rei, implicando em um respeito apropriado por parte dos servos. Não é dito ao filho para ir lavar-se e mudar de roupa. O anel é o sinal de confiança, de herdeiro. Os sapatos comprovam que este filho é um homem livre na casa e não um servo.
“trazei também o bezerro”: um bezerro, e não um cabrito ou uma ovelha, mostrando que grande parte da aldeia estará presente naquela noite. A carne se estragaria em poucas horas se poucas pessoas estivessem presentes. A alegria é compartilhada com muitos.
“este meu filho estava morto, e reviveu, estava perdido, e foi achado.“: o servo se torna filho. Se o pai agisse de outra forma, recuperaria um servo assalariado e nenhum filho.
3º MOMENTO: o filho mais velho. Texto de apoio: TEMPO
Qualquer dia
Vou limpar minha mesa,
Arrumar meus livros,
Por ordem em minha cabeça.
Qualquer dia,
Vou reunir minha equipe,
Vamos estabelecer metas,
Organizar o trabalho,
Disciplinar o tempo...
Qualquer dia
Direi para o meu grupo
“hoje são homens livres,
Podem errar,
Porque só quem erra acerta...”
Qualquer dia
Mostrarei que sou gente,
Que se esforça,
Que se cansa,
Que desanima e se anima,
Que cai e se levanta,
Que crê
E acredita.
Qualquer dia,
Qualquer dia...
Adaptação do texto de Francisco Gomes de Matos, do livro Visão e Parábolas.
O tempo está a nossa disposição e, como bem gratuito, não se tem uma estratégia racional para utilizá-lo eficazmente. Prioridades relevantes são proteladas para “qualquer dia” e, por falta de percepção de importância, podem se transformar em “nunca”.
“o filho mais velho perguntou o que significava aquilo.”: está claro que há uma celebração acontecendo na casa e este filho mais velho não foi notificado. Se aproxima e pede explicações a um menino. Ciente agora da festa, ao invés de estar ansioso para participar, de correr para dentro de casa, manifesta desconfiança. É de sua responsabilidade como mais velho verificar como anda a festa, cumprimentar a todos em nome da família, ver se todos foram servidos, se há bebida suficiente.
“ele ficou indignado e não queria entrar”: decide não entrar, pois senão estará se juntando a todos em honrar ao pródigo.
“Saiu então o pai implorou a ele”: pela segunda vez, agora com o outro filho, faz uma demonstração de amor. É razoável esperar que esta demonstração de amor tenha efeito semelhante sobre o filho mais velho como teve no mais moço. O pai queria ver sua alegria completada pela presença de seus dois filhos.
“ele respondeu ao seu pai”: humilhando-o publicamente, discutindo enquanto os convidados ainda estão presentes. Pelo costume, ele deveria participar da festa e depois resolver o problema com o pai. Chama de “teu filho” ao invés de “meu irmão” mostrando a falta de sintonia entre eles.
“Eis que há tantos anos te sirvo”: se comporta como servo e não como filho. Ele se preocupa com disputas e favoritismos, esperando recompensas pelo seu serviço.
“E o pai lhe disse”: o pai, mais uma vez, se mostra conciliador. Não grita, não repreende, mesmo podendo sentir desgosto ou punir a insolência, ignorar e continuar na festa ou ficar furioso.
“tudo o que é meu é teu”: frase tranqüilizadora, dizendo claramente que a volta do pródigo não afetava seus direitos, reafirmando que ele é herdeiro e não se encontra numa posição de assalariado.
“este teu irmão estava morto, e reviveu; estava perdido e foi achado”: ternamente o pai faz o filho lembrar-se de que o pródigo é seu irmão. Não faz explicações ou defesas. Demonstra amor. Este pai é o único que tem condições de colocar o filho para retomar sua caminhada, de lhe restituir os tesouros esbanjados.
4º MOMENTO: conclusão.
Jesus está nos mostrando dois tipos de homens: um é ausente e rebelde fora de casa, outro age assim em seu coração enquanto dentro de casa. O mais novo diz tudo o que vai em seu coração. O mais velho esconde seus sentimentos. Ambos partem para um país distante, sendo um fisicamente e outro, espiritualmente. Ambos são rebeldes e partem o coração do pai. O mesmo amor inesperado é demonstrado para os dois. Bastaria esta oferta de amor para que servos se tornem filhos.
Na parábola somos levados a nos identificar com os filhos e não com o pai. Cada um precisa decidir qual será a sua reação. A parábola está inacabada. Não há conclusão. Ora nos rebelamos e seguimos nosso caminho, quebramos a cara e retornamos como o mais novo. Em outros momentos somos aqueles que nunca se afastam, mas não se tornam íntimos, como o mais velho. Precisamos agora nos tornar como o Pai, que acolhe, guia e se alegra. Recebidos de braços abertos, não nos pergunta aonde fomos, nem o que fizemos, basta que retornemos.
Parábolas de Jesus - FÉ e SERVIÇO
SERVOS INÚTEIS Lc 17:7-10
Qual de vós, tendo um servo a lavrar ou a apascentar gado, lhe dirá, ao voltar ele do campo: chega-te já, e reclina-te à mesa?
Não lhe dirá antes: Prepara-me a ceia, e cinge-te, e serve-me, até que eu tenha comido e bebido, e depois comerás tu e beberás?
Porventura agradecerá ao servo, porque este fez o que lhe foi mandado?
Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis; fizemos somente o que devíamos fazer.
Lucas introduz esta parábola com o pedido dos discípulos: ”Aumenta-nos a fé.” Lc 17:5 E Jesus responde: “Se tivésseis a fé do tamanho de um grão de mostarda...” Lc 17:6
Observando Jesus há algum tempo, os discípulos testemunham a sua tenacidade, força de vontade, determinação, que se mantém inabalada, mesmo diante das provocações e do desdém de muitos. Acreditando que através da fé teriam esta segurança, então lhe pedem: “Aumenta nossa fidelidade, nossa sintonia com o mundo espiritual.” Reforçando sua resposta, Jesus lhes fala a parábola. Eles pensavam que precisavam de mais fé para aprender a servir como Jesus, fazendo na realidade uma inversão de necessidades, pois se não sabemos nem servir, como podemos ter nossa fé aumentada?
1º MOMENTO: O QUE É A FÉ?
Como sinônimo de FIDELIDADE é a confiança em si mesmo, quando você é capaz de realizações que parecem impossíveis. O oposto é aquele que acredita na sorte, conta com a “maré”, a posição das estrelas e, portanto, na maioria das vezes desanima e não persevera.
Como CRENÇA, é uma convicção íntima, está associada a uma religião e tem como objetivo nos tornar melhores e nos encaminhar para Deus. É o oposto do fanatismo, que cega e anula convicções.
Significando DESEJO, traduz nossa esperança em alguma coisa. Gostamos de dizer: “Tenho fé que isto vai acontecer”.
A Fé como Jesus a sentia é a fé PURA e CRISTALINA, independente de crenças, de modismos, é segurança absoluta no amor, justiça e misericórdia de Deus. Esta não se impõe e tampouco é um dom. É a mais sublime, mas também a mais difícil.
RACIOCINADA faz uso da lógica, da observação dos fatos. Compreendemos o que sentimos e, por isso mesmo, nos aproximamos de Deus. A Doutrina dos Espíritos é baseada nesta fé e traz respostas a uma série de inquietações que o homem tem.
Se agora conseguimos compreender um pouco mais sobre a fé, como se faz para aumentá-la? Assim como os discípulos, sentimos a necessidade de ter uma grande fé, aquela que nada nos altera ou tira a nossa determinação, tornando-nos capazes de transportar montanhas.
A fé, como tudo o mais, é dinâmica, desenvolvida e também se aperfeiçoa. É uma virtude, e como tal, deve ser aprendida através de múltiplas experiências. Para ser fortalecida e aumentada, deve se apoiar em atos de benevolência, em devotamento ao próximo, em renúncia pessoal a favor dos outros. A fé, como Jesus a sentia, significa doação e serviço, que cresce na proporção direta da libertação de qualquer espírito mercenário.
Emmanuel nos diz, em Palavras de Vida Eterna, sob o título Êxito, c.64, que “o homem se preocupa em ganhar para fazer, ao invés de fazer para ganhar”. Mais uma vez somos lembrados de que invertemos nossas necessidades, esquecendo como agia nosso melhor exemplo: Jesus.
Já que só entendemos as coisas a partir de ganhos, pensemos que a fé é o salário dos bons obreiros. Como reivindicamos no mundo melhores salários? Cumprindo primeiro os deveres, com empenho e eficiência. Do mesmo modo, para recebermos o salário da alma, devemos primeiramente cumprir nossos deveres de cristãos, com boa-vontade e empenho. Comparando mais uma vez com nossa atitude no mundo, quando queremos maiores salários, nos desdobramos em horas-extras, fazemos cursos de especialização, damos o melhor de nós, executamos as ordens com determinação, queremos ser o mais produtivo e sermos notados. Para que a nossa fé aumente devemos ter esta mesma dedicação. Somos todos trabalhadores da obra de beneficiamento e aperfeiçoamento do planeta, em regime de tempo integral, dedicados e interessados, alegres e constantes, sabendo que os ganhos revertem a nós mesmos, pela multiplicidade das existências.
2º MOMENTO: Na parábola, Jesus fala do servo. A relação entre senhor e escravo subentende a aceitação de autoridade e obediência. No Oriente Médio, onde as relações se baseiam em lealdade e honra, os benefícios para aquele que serve com empenho, são enormes. Jesus, mais uma vez, está falando sobre costumes e padrões de comportamentos bem conhecidos e aceitos. Este tipo de relacionamento entre senhor e servo foi criado pelos homens, não por Jesus. A parábola não traz um novo tipo de relacionamento, tampouco Jesus desvaloriza o servo. São colocadas ali as expectativas normais das tarefas de um dia. O servo cumpre as suas obrigações no campo e, ao voltar, antes de se alimentar e descansar deve servir ao seu senhor, como é de direito a este senhor.
Ao falar: “Porventura agradecerá”, mais uma vez Jesus está mostrando que obrigações devem ser cumpridas entre aqueles que estabelecem relacionamentos. Não há necessidade de agradecimentos por se cumprirem tarefas das quais se tem obrigação de fazer. O servo não espera por honras especiais por cumprir aquilo que lhe foi ordenado.
Nossa idéia de servidão é a do homem amarrado ao tronco, sendo chicoteado, as costas feridas, maltratado e desnutrido. Alguém explorado e obrigado a trabalhar arduamente. Foi desta forma que escravizamos os negros africanos. E por isso temos dificuldade em compreender a colocação de Jesus nesta parábola.
3º MOMENTO: O QUE É SERVIÇO COM JESUS?
Neste momento da vida de Jesus entre nós, as pessoas já o conheciam, haviam estado com ele, sua presença é desejada, ele era visto como o profeta que realiza coisas que nenhum outro era capaz. Os discípulos estão empenhados em segui-lo e em aplicar seus ensinos. Como em qualquer grupo que se relaciona, começam a haver disputas de liderança e prestígio. Convivendo intimamente todos os dias, os conflitos surgiram e, por isso, experimentavam ambições, suspeitas, desconfianças e mentiras entre eles. Isto era natural ao reunir gente tão diferente. Essas crises permitem ao grupo se conhecer melhor se encaradas como aprimoramento de possibilidades e limitações. Jesus está dizendo: “não deve haver nenhum privilégio, nenhuma opressão de uns sobre os outros, nenhuma diferença baseada em maior inteligência, habilidade ou qualquer outra razão”. Ele é exigente em que ninguém queira se colocar acima de ninguém.
Texto de apoio: adaptação de A MÁQUINA DE ESCREVER, do livro A luz que dissipa trevas, p. 53
Apxsar da minha máquina dx xscrxvxr sxr um modxlo antigo, funciona bxm, com xxcessão dx uma txcla. Há 42 txclas qux funcionam bxm mxnos uma, x isso faz uma grandx digxrxnça.
‘As vxzxs nós parxcxmos com a máquina dx escrxvxr, ondx nxm todos sx comportam como dxvxriam x achando qux sua ausxncia não fará falta. Vocx dirá: “Afinal, sou apxnas mais uma pxça sxm xxprxssão x, por isso, não farxei difxrxnça x falta ‘a tarxfa”.
Xntrxtanto para uma coisa progrxdir dx manxira xficixnte, prxcisa da participação ativa x conscixntx dx sxus intxgrantxs.
Na próxima vxz qux vocx pxnsar qux não prxcisam dx vocx, lxmbrx-sx dxsta máquina dx xscrxvxr x diga a si mxsmo: “xu sou pxça importantx no grupo x mxus amigos prxcisam dx mxus trabalhos x partipação.
Pronto! Consertei a máquina de escrever!
Todos nós temos coisas a fazer. Todos os que estão conscientes das tarefas que lhes foram oferecidas e das obrigações que assumiram fazem a sua parte.
O trabalho será executado mesmo sem você. Mas, algumas vezes sem a sua participação, este trabalho terá um resultado diferente e até mais demorado. O que diferencia um bom empregado é a capacidade de compreender o seu papel. Conforme o dom e a capacidade pessoal, cada um compreenda o que é preciso fazer.
Qualquer empresa tem ordens definidas para seus empregados. Algumas ordens são de alcance geral valendo para todos. Outras são específicas de cada função e dentro da mesma função pode variar segundo cada funcionário.
Texto de apoio: SOMOS CHAMADOS A SERVIR, do livro Alvorada Cristã, c.44, de Neio Lúcio, psicografia de Chico Xavier.
O legislador, com a pena, traça decretos para reger o povo.
O escritor utiliza o mesmo instrumento e escreve livros que renovam o pensamento do mundo.
Mas, não é só a pena que, manejada pelo homem, consegue expressar a sabedoria, a arte e a beleza, dentro da vida.
Uma vassoura simples faz a alegria da limpeza e, sem limpeza, o administrador ou o poeta não conseguem trabalhar.
O arado arroteia o solo e traça linhas das quais transbordarão o milho, o arroz, a batata e o trigo, enchendo os celeiros.
A enxada grava sulcos abençoados no chão, a fim de que a sementeira progrida.
A plaina corrige a madeira bruta, cooperando na construção do lar.
A janela é um poema silencioso a comunicar-nos com a natureza externa; o leito é um santuário horizontal, convidando ao descanso.
O malho toma o ferro e transforma-o em utilidades preciosas.
O prato recolhe o alimento e nos sugere a Caridade.
O moinho recebe os grãos e converte-os no milagre da farinha.
O barro desprezível, nas mãos operosas ao oleiro, em breve surge metamorfoseado em vaso precioso.
Todos os instrumentos de trabalho no mundo, tanto quanto a pena, concretizam os ideais superiores, as aspirações de serviço e os impulsos nobres da alma.
Ninguém suponha que, perante Deus, os grandes homens sejam sômente aqueles que usam a autoridade intelectual manifestada. Quando os políticos orientam e governam, é o tecelão quem lhes agasalha o corpo. Se os juizes se congregam nas mesas de paz e justiça, são os lavradores quem lhes ofertam recurso ao jantar.
Louvemos, pois, a Divina Inteligência que dirige os serviços do mundo!
Se cada árvore produz, segundo a Sua especialidade a benefício da Prosperidade comum, lembremo-nos de que Somos todos chamados a servir na obra do Senhor, de maneira diferente
Cada trabalhador em seu campo seja honrado pela Cota de bem que produza e cada servo Permaneça Convencido de que a maior homenagem suscetível de ser prestada por nós ao Senhor é a correta execução do nosso dever, Onde estivermos.
Frente ao modelo senhor-escravo que estamos habituados e que os poderes do mundo tratam de manter, Jesus nos traz a parábola lembrando-nos que todos somos servos a quem nada se deve, não por sermos imprestáveis, mas porque fazemos apenas o que temos de obrigação e nada além e, com isso, não há valor especial ou mérito.
Com nossa típica arrogância achamos difícil servir. Chamando-nos de servos inúteis, Jesus dá um golpe em nosso ego, mas ele mesmo nos explica: “fizemos somente o que devíamos fazer.”
Esperamos por agradecimentos, recompensas e compensações, mas serviço com Jesus é movido por um senso de dever e lealdade e não esperança de ganhos. A motivação do serviço não deve ser pesada em uma balança em que tendo servido, queremos fazer reinvidicações a Deus, preenchendo um livro contábil ou acumulando bônus-hora.
Continuamos achando que o bom mesmo é ser servido, mantendo um sentimento de superioridade e arrogância.
O conceito de serviço foi muito bem explicado no livro O MONGE e o EXECUTIVO, de James C. Hunter. Você pode ver aqui: http://www.esnips.com/doc/7ed804e2-97e6-430a-ad1d-7ba97bae69cf/O_Monge_e_o_Executivo.
Encaramos nosso serviço com Jesus como opcional. Nossa disposição varia ao menor obstáculo. Não levamos a sério, demoramos para iniciar e quando fazemos é com desleixo, longe da mesma dedicação que oferecemos aos nossos afazeres corriqueiros.
O servo de Deus trabalha para cumprir um dever. Ele não faz apelos e nem recebe honras. Desta forma somos conduzidos a atos desinteressados, produzindo o clima propício para atitude espiritual da fé. O que serve com naturalidade aceita com a mesma naturalidade ser servido. Basta lembrarmos de Jesus na passagem do lava-pés de seus discípulos. Jesus está entre eles como um senhor que serve, mas ao mesmo tempo, ele continua sendo o senhor.
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