sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Todo Mundo, Alguém, Qualquer Um, Ninguém (2)

Mais uma história real:
O sargento Luiz Carlos Pereira foi designado para comandar a base de policiamento comunitário da Vila Guilherme, zona norte de São Paulo, onde uma das reclamações era sobre a situação deplorável da praça Oscar da Silva. "Estava suja, cheia de lixo e servia de ponto de tráfico de drogas." Comandou, então, um mutirão de limpeza. Mas só a limpeza não bastava. Precisava ocupar para sempre o espaço. O que o inspirou foram as lembranças da infância, mas sobretudo, as lições que aprendeu sobre segurança. "Só é possível resolver a violência com a confiança da comunidade." Por isso ele forrou as paredes do posto de segurança com fotos antigas do bairro para dar um ar de acolhimento. Pediu emprestado um projetor e caixas de som; a escola pública cedeu as cadeiras. No lugar do telão, usou a parte de trás da placa de um anúncio. Uma locadora cedia os filmes. "Era tudo improvisado, mas funcionava." Montou um cinema ao ar livre. Formado como professor de biologia, nos horários vagos dá aulas voluntáriamente. As experiências comunitárias renderam-lhe um prêmio do Instituto Sou da Paz. Quando ele iniciou o policiamento na área, a média de roubos de carro era de 40 por mês, agora está em seis.

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