sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Parábolas de Jesus - A MENSAGEM

O GRANDE BANQUETE Lc 14:15-24

Jesus, porém, lhes disse: Um homem certa vez deu um grande banquete e convidou a muitos.

E mandou o seu servo na hora do banquete dizer aos convidados: Vinde, pois tudo já está preparado!

Mas todos igualmente começaram a apresentar desculpas. O primeiro lhe disse: comprei um campo e preciso ir vê-lo; peço que me desculpes.

E outro disse: comprei cinco juntas de bois e vou experimentá-los, peço que me desculpes.

Ainda outro disse: casei-me e, portanto, não posso ir.

Assim o servo voltou e contou isto ao seu senhor. Então o dono da casa, indignado, disse ao seu servo: sai depressa para as ruas e becos da cidade. Traze os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos.

E o servo lhe disse: Senhor, feito está como o ordenaste, e ainda há lugar.

Respondeu o senhor ao servo: sai pelos caminhos e sebes e obriga-os a entrar, para que a minha casa se encha.

Pois eu vos digo que nenhum daqueles homens que foi convidado provará do meu banquete.

Esta parábola esta no ESE, cap.18, numa versão simplificada de Mateus. O apanhado teológico em Lucas é mais completo.

Para nos trazer esta parábola, Lucas, no capítulo anterior 13, no versículo 28, cita a passagem do “choro e ranger de dentes”; em 30, dos “últimos que serão os primeiros”; em 32-33, do Grande Dia; em 34, o lamento de Jesus sobre Jerusalém não aceitar o convite para o Banquete Messiânico. Em Lc 14:1-6 Jesus cura num sábado na casa de um fariseu. E, finalmente, em Lc 14:7-14, somos orientados sobre as “escolhas dos primeiros lugares”. Este conjunto de textos, que nos orientam como uma introdução ‘a parábola, nos mostra o clima de expectativa dos fins dos tempos e a salvação dos eleitos.

Jesus está na casa de um fariseu e um dos convidados lhe diz: “Feliz daquele que sentar ‘a mesa no Reino de Deus”. Jesus lhe responde com a parábola.

O sentido de Lc 13 e 14 reunidos seria, em resumo, assim: Haverá uma reunião. Os fiéis virão dos quatro cantos da Terra. Haverá uma inversão de posições, pois os últimos serão os primeiros. Jerusalém é apresentada como o lugar em que Jesus mais desejava reunir seus fiéis para o Banquete, mas eles recusaram. Muitos que esperam estar ali são rejeitados. A comunhão com Jesus é participação no Banquete Messiânico, sendo isto a confirmação do cumprimento de todas as coisas nos fins dos tempos.

Para que melhor possamos compreender esta parábola, faremos uma comparação de seu sentido material e espiritual, complementando com as informações de hábitos e costumes da época.

COMPARAÇÃO:

MATERIAL

ESPIRITUAL

1. O GRANDE BANQUETE

Fartura, música, alegria.

Comunhão (em comum) com Jesus: pensar e agir como ele.

2. CONVIDOU ‘A MUITOS

Para todos sem restrição.

Convite da Boa Nova: amplo, pleno, generoso e ilimitado.

3. O DUPLO CONVITE

Convite em si e confirmação de presença.

Profetas em primeiro(Is 25:6-9).

Jesus reafirma o convite e vem pessoalmente.

4. VINDE!

Chegada a hora.

Chegados os tempos. Gozem da comunhão.

5. TUDO PRONTO

Carne cozida, mesa posta, o senhor está à mesa.

Da parte de Deus nada está faltando. Na pessoa de Jesus, o Reino de Deus está próximo.

6. AS DESCULPAS

Insulto, desconsideração social. Demonstram o que é mais importante para eles.

Rejeição a tudo o que Jesus representa.

1. As pessoas que escutaram Jesus falar esta parábola estavam bem familiarizadas com o conceito de Banquete.

2. Desde os tempos dos profetas, Israel descrevia a alegria dos tempos messiânicos com a imagem de um Banquete com boas comidas e bebida em abundância. (Is 25:6-9). A parábola é uma releitura do texto de Isaías, confirmando quando Jesus diz: “não vim destruir a Lei e os profetas, mas cumpri-los.”

3. Por outro lado, era costume no Oriente Médio o duplo convite: aquele que irá fornecer o banquete manda convites e recebe a confirmação, para que possa decidir sobre a quantidade de comida e bebida com base no número de convites aceitos. Os convidados que confirmaram tem a obrigação de aparecer, pois um animal é morto e tem que ser consumido.

4. Quando a carne está preparada, o servo é enviado com a tradicional mensagem: Vinde, pois tudo já está preparado!

5. Estamos esperando por você.

6. A hora do banquete chegou. Todos foram informados. O texto diz literalmente que todos recusaram. A Boa Nova nos dá farta provisão para o Espírito. Há suprimento de tudo que se requer para saciar a fome e a sede espiritual. A oferta de pão é para todos. As abordagens eram possíveis, mas sem qualquer urgência, revelando que suas prioridades eram outras.

Façamos uma pausa. Experimente a sensação de oferecer uma ceia ou uma reunião em sua casa, formalizar os convites, chegar a data da festa, preparar a comida, arrumar a casa, aguardar os convidados e ninguém vir. Com certeza experimentamos a angústia da rejeição. Uma sensação de insulto e de que não queremos mais ver qualquer pessoa deste grupo.

Afinal, o que é mais importante para nós? Texto de apoio:

AMBIÇÃO: é tudo o que você pretende fazer da vida, são seus objetivos, seus sonhos. As pessoas costumam ter como ambição ganhar muito dinheiro, se esquecendo de que dinheiro por si só não é objetivo, mas maio para alcançar sua verdadeira ambição. Não há nada de errado em ser ambicioso, por exemplo, ambicionar acabar com a fome do país ou com a corrupção, estes são projetos ambiciosos...

ÉTICA: são os limites que você se impõe na busca de sua ambição, como por exemplo, não roubar, não mentir ou não pisar nos outros.

A maioria dos pais se preocupa bastante quando os filhos não demonstram ambição, mas nem todos se preocupam quando os filhos quebram a ética (colar na prova não faz mal, contanto que passe de ano, que é o objetivo maior).

O problema do mundo é que normalmente decidimos nossa ambição antes de nossa ética. Porque dependendo da ambição fica difícil impor uma ética que frustrará nossos objetivos. Nossa tendência é diminuir nosso rigor ético e não a nossa ambição. Definir cedo o comportamento ético pode ser a tarefa mais importante da vida.

(baseado no artigo de Stephen Kanitz de jan/2001 - www.kanitz.com.br)

Muitas das parábolas tentam nos sinalizar a conduta de Deus que dirige sua boa notícia a todos. Os ricos, os privilegiados, os sábios têm tão alto conceito de si mesmos, estão satisfeitos e seguros, que são eles mesmos que fecham as portas da festa.

COMPARAÇÃO:

MATERIAL

ESPIRITUAL

7. CONVITE AOS PROSCRITOS

Valores externos, imagem, prestígio, influência.

Os últimos serão os primeiros.

8. AINDA HÁ LUGAR

Ainda há tempo de repensar sua postura, seus valores.

Gentios: os que não foram preparados para o Banquete.

9. OBRIGA-OS

Explicação abaixo

Explicação abaixo

10. PARA QUE A MINHA CASA SE ENCHA

Novos convidados, música, alegria.

Não faltam adeptos de boa-vontade.

11. NENHUM DAQUELES QUE FOI CONVIDADO

Não dá para participar ‘a distância

É participação, cooperação, serviço.

12. MEU BANQUETE

O anfitrião

Jesus é o Messias

7. O fato de que Jesus, um homem com grande popularidade a quem o povo via como profeta, estivesse rodeado de pessoas da mais baixa categoria, era um escândalo. Fazer dos pobres de Israel os destinatários da Boa Nova e confiar neles para esta mudança era intolerável. Mas o convite foi feito. A recusa é nossa escolha. O Banquete não será adiado e será realizado sem os convidados originais, que ficarão furiosos, pois “ele come e recebe pecadores”. Mesmo indignado, pois o dono da casa foi insultado publicamente, sua resposta não é de vingança. Ele estende o convite aos proscritos de Israel, numa demonstração de amor no sofrimento, tal como no Filho Pródigo.

8. Agora os chamados são os de fora da cidade. Os judeus, que acreditavam no Deus único e esperavam o Messias, estavam preparados pela Lei e os profetas, a receber a Boa Nova e participar do Banquete. Os de fora são os pagãos, são aqueles que, teoricamente, não estavam preparados para aceitar o convite e compreender a mensagem.

9. OBRIGA-OS no texto nada tem de relação com forçar. O sentido aqui é de que os proscritos e os gentios duvidam de que a graça é estendida a eles, pensando nada ter para dar em retribuição ao dono da casa. Ele não é parente, outros nem são da comunidade. Depois de alguma discussão, o servo tomará o convidado pelo braço e gentilmente o convida a entrar, ou seja, o convite é genuíno.

10. A ocasião pode ser um grande sucesso, mesmo sem a presença dos convidados originais.

11. Aqueles que querem comer pão no Reino de Deus devem apressar-se e aceitar seu convite para a comunhão a mesa, pois não serão capazes de participar ‘a distância.

12. Jesus se identifica como o anfitrião. O Messias de Deus está aqui. O Banquete está pronto e não será cancelado ou adiado. A comunhão com Jesus ‘a mesa é participação no Banquete Messiânico.

Reflexão final:

Esta é uma estória de quatro pessoas. TODO MUNDO, ALGUÉM, QUALQUER UM, NINGUÉM.

Havia um importante trabalho a ser feito e

TODO MUNDO tinha certeza de que ALGUÉM o faria.

QUALQUER UM poderia te-lo feito, mas NINGUÉM fez.

ALGUÉM se zangou porque era um trabalho de TODO MUNDO.

TODO MUNDO pensou que QUALQUER UM poderia faze-lo,

Mas NINGUÉM imaginou que ALGUÉM

ou mesmo TODO MUNDO deixasse de faze-lo.

Ao final, TODO MUNDO culpou ALGUÉM

Quando NINGUÉM fez o que

QUALQUER UM poderia ter feito.

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