sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

O carneiro revoltado

Para conversar sobre os diferentes seres da Criação, sobre nossos talentos, sobre nosso corpo e sua perfeição,sobre a lei de sociedade, sobre os objetivos da reencarnação e como vivenciamos esta oportunidade.
Do livro Alvorada Cristã, Neio lúcio e F.C. Xavier, cá
p.21

Certo carneiro muito inteligente, mas indisciplinado, reparou os benefícios que a lã espalhava em toda parte, e, deste então, julgou-se melhor que os outros seres da Criação, passando a revoltar-se contra a tosquia.



Se era tão precioso, pensava, por que aceitar a humilhação daquela tesoura enorme? Experimentava intenso frio de tempos em tempos e, despreocupado das ricas rações que recebia, pensava apenas nos prejuízos que supunha sofrer.
Muito amargurado, dirigiu-se ao Criador : " Meu Pai, não estou satisfeito com a minha pelagem. A tosquia é um tormento...modifica-me, Senhor! "
O Todo-Poderoso indagou com toda bondade: " Que deseja que eu faça? "
Vaidosamente, o carneiro repondeu: " Quero que a m
inha lã seja toda de ouro. "

Assim que o orgulhoso ovino se mostrou cheio de pelos preciosos, várias pessoas ambiciosas atacaram-no sem piedade.



" Meu Pai, muda-me novamente! quero que minha lã seja lavrada em porcelana primorosa. "
Assim foi feito. Entrteanto, logo que retornou ao vale, uma ventania lhe quebrou todos os fios, cortando-lhe a carne.

" Pai, renova-me ...estou exausto, a porcelana não resiste ao vento! "

" Que desejas que eu faça? "

" Para não provocar os ladrões e nem ferir-me com porcelana quebrada, quero que a minha lã seja feita de mel. "
Logo que o pobre retornou ao redil, bandos de moscas asquerosas cobriram-no em cheio e, por mais que corresse campo afora, não evitou que elas lhe sugassem os f
ios adocicados.


" Pai, modifica-me, as moscas deixaram-me em sangue ! "

O Senhor indagou com paciência: " Que queres que eu faça? "

" Suponho que seria mais feliz se tivesse a minha lã semelhante 'as folhas de alface. "



O carneiro voltou 'a planície na caprichosa alegria de parecer diferente, e quando alguns cavalos lhe puseram os olhos, não conseguiu melhor sorte. Os equinos prenderam-lhe com os dentes e, depois de comerem-lhe a lã, abocanharam-lhe o corpo.



" Meu Pai, não suporto mais! "
Como soluçasse compulsivamente, o Todo-Compassivo, vendo que ele se arrependera com sinceridade, observou:
" Reanima-te, meu filho! Que pedes agora? "

" Quero voltar a ser um carneiro comum, como sempre fui. Não pretendo a superioridade sobre meus irmãos. Hoje sei que meus tosquiadores não me deixaram feridas e sempre me deram de comer e beber carinhosamente. Quero ser simples e útil , qual me fizeste, senhor ! "
O Pai sorriu bondoso e falou:
" Cada criatura está colocada no lugar que lhe compete e, se pretendes receber, aprendas a dar. "
Então o carneiro, envergonhado mas satisfeito, misturou-se com os outro e daí por diante foi muito feliz.