sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Amar o próximo como a si mesmo

Amar é uma capacidade a ser desenvolvida, assim como fazemos com a inteligência.

"O amor resume a Doutrina de Jesus porque é o sentimento por excelência e os sentimentos são os instintos elevados a altura do progresso alcançado”. ESE, c.11, item 8.

Na origem somos INSTINTOS.

Mais avançados, somos SENSAÇÕES.

Mais instruídos, somos SENTIMENTOS.

Sempre que o homem deixa o instinto dominar no lugar da razão, ele erra e sofre.

O desenvolvimento harmônico dos atributos do espírito, a inteligência, a razão, a vontade, os sentimentos, determinam naturalmente o recuo dos instintos. A ausência de amor no homem e as conseqüências para o mundo demonstram o estágio primário ainda dominante e que dificulta nossa evolução.

Então, será que sabemos o que é o amor?

A importância deste sentimento está na mensagem de Jesus. Diversas vezes ele falou do amor, nos mostrou como agir em relação aos outros, colocou nas suas parábolas, sempre que teve oportunidade sinalizou sobre este sentimento. Se fossemos resumir a passagem de Jesus pelo nosso planeta em poucas palavras, diríamos que ele veio falar do amor.

Mas ainda somos muito ignorantes com relação a este sentimento. Confundimos com outras coisas e achamos que já o entendemos.

Quando precisamos desesperadamente do outro para ser feliz, fazendo-o um monopólio nosso, mostrando na realidade a nossa CARÊNCIA ÍNTIMA, dizemos que amamos e somos amados.

Quando temos no outro um troféu de exibição, nos gabamos de estarmos com ele, caracterizando na verdade nosso NARCISISMO, dizemos que amamos e somos amados.

Quando utilizamos de qualquer recurso para ter alguém, damos as nossas crises de ciúmes, demonstramos a nossa falta de confiança, pois não podemos perder de vista o outro, escondendo a nossa BAIXA AUTO-ESTIMA, dizemos que amamos e somos amados.

Quando mantemos um controle sobre o outro, exigindo que ele tenha os mesmos objetivos que o meu, que se vista como eu gosto, que esteja com quem eu permito, refletindo a minha condição de EGOÍSMO e POSSESSIVIDADE, dizemos que amamos e somos amados.

Quando não sei mais fazer nada sem o outro, perco meu referencial se ele não está comigo, preciso ser guiada para ter certeza de vou agradar, evidenciando a minha DEPENDÊNCIA, dizemos que amamos e somos amados.

Quando eu o desejo intensamente, seu corpo me agrada, ele tem que se manter impecável, arrumado e bonito, o outro possui um encanto incontrolável, é a PAIXÃO se manifestando, e dizemos que amamos e somos amados.

Explique ao seu grupo cada uma destas palavras e comprove através das histórias deles, de reportagens de jornais, de cenas de novelas que achamos legais, como ainda não sabemos o que é o amor.

Falar de amor é tão antigo quanto admirar os céus em busca de respostas ao sentido da existência.

Diziam os gregos: “Não façais ao próximo o que não desejais receber dele.”

Afirmavam os persas: “Fazei como quereis que se vos faça.”

Declaravam os chineses: “O que não desejais para vós, não façais a outrem.”

Recomendavam os egípcios: “Deixai passar aque­le que fez aos outros o que desejava para si.”

Doutrinavam os hebreus: “O que não quiserdes para vós, não desejeis para o próximo.”

Insistiam os romanos: “A lei gravada nos cora­ções humanos é amar os membros da sociedade como a si mesmo.”

Buda afirmou: “Considere os outros como a ti mesmo.”

Porque com Jesus foi diferente?

Mesmo não conseguindo amar nos moldes de Jesus, já conseguimos entender que ele trouxe algo a mais. A unidade de sentimento que ele propôs, na mesma disposição intelectual, na mesma meta, atingindo a essência do ser, em cada um de nós, muito além dos limites da sexualidade, dos interesses particulares, amor que se doa e se preocupa mais com os outros do que consigo mesmo.

Mais do que um sentimento, Jesus falou de um comportamento.

2 comentários:

Analice disse...

é um post lindo, fala sobre nossas necessidades para torna nossa caminhada mais leve...

Valerie disse...

Amar é mesmo um aprendizado. Devagarzinho,de encarnação em encarnação, experimentando sentimentos, trocando de papel no palco da vida, a sementinha do amor em potencial que trazemos no coração, vai desabrochando e dando seus frutos.

Quem sabe quando amaremos como Jesus nos ama? Mas fazendo disso uma proposta de vida, chegaremos lá.

Um abraço afetuoso e que seus dias sejam de paz.